A grosso modo, Sommelier é profissional especializado em bebidas alcoólicas.
E geeeeralmente, quando falamos da profissão, associamos ao vinho.
Ou até mesmo um homem todo pomposo falando sobre o tinto que vai combinar com seu filé.

Mas a treta aqui é outra! Separei três mulheres daqui de Ribeirão, que são sommelières, e mandam muito bem com… Cervejas!
Queria entender um pouco mais do dia a dia delas, como é trabalhar em um ambiente onde algumas pessoas ainda associam cervejas ao público masculino.

Começando pela Bia Amorim. Ela tem 15 anos na área de Gastronomia – tem até uma revista, a Farofa Magazine – foi jurada do reality show Eisenbahn Mestre Cervejeiro, cozinha (os stories das comidas dela chegam a ser irritantes) e entende muito de cerveja:

“Bom…Comecei minha carreira vai fazer 20 anos.Me apaixonei pelo setor de serviços e fui sendo levada por diversos caminhos.Me formei em Hotelaria e trabalhei bastante tempo em bares e restaurantes, passando por bartender, hostess, garçonete, gerente de eventos. Depois acabei indo trabalhar com vinho e vivencie um setor que era muito longe da minha realidade e um tanto quanto machista. Acabei caindo no setor cervejeiro e me senti acolhida e também entrando em um universo novo.Faz 10 anos que trabalho no mercado de cervejas artesanais.Sempre ouvi muito que o mercado era muito masculino, mas isso foi se mostrando cada vez mais antigo, a cada ano que passava.
Atualmente eu vejo que as mulheres que estão no mercado tem um ambiente melhor para trabalhar, muito mais justo e igualitário, mas é preciso ainda desconstruir preconceitos que estão culturalmente enraizados.
Eu tenho um filho de 14 anos e vejo que é fundamental criar diálogos em casa. Para que ele futuramente possa entender o mundo que vive e respeitar todo tipo de ser humano. “

Indo na corrente das “Bias”, temos a Bia Macedo. A molier não se contentou em gostar e entender de cervejas, como é girlboss de uma marca de brigadeiros com cerveja, a Beergadeiro.

“Quando me perguntam: ‘Bia , como você começou a trabalhar com Cerveja?’ Eu gosto de pensar que ela me escolheu! Eu entrei no Museu da Gula em 2014, e estava designada para o Vinho, mas por uma abençoada mudança de percurso fiquei responsável pelo setor das Artesanais. E como eu não conhecia nada, tratei de estudar.
No mesmo ano fiz o Básico em Cervejas, 2015 fiz o Sommelière, entre outros e muitos cursos. Em 2017 minha trajetória no Museu da Gula chegou ao fim e eu precisava de um produto que me mantivesse no mercado cervejeiro, assim nasceu o BeerGadeiro! Uni minhas duas paixões, brigadeiro e cerveja para vender um produto diferente e pudesse disseminar a cultura cervejaria! Hoje também sou sommelière de vinho, Mestre em Estilos de Cerveja, Micro Empreendedora, e trabalho na Toca do Urso da Cervejaria Colorado! O que eu mais gosto desse universo é a interação com as pessoas. Amo também a harmonização de cerveja com comida. como a interação da bebida pode mudar o alimento e mexer com nossos sentidos!!! Infelizmente, por ser mais nova, as pessoas demoram para me dar credibilidade, mas com jeitinho a gente conquista e não altera meu amor pela minha profissão!”

Por fim, mas não menos importante, temos a Tamires Cirilo, que agora está em SP!

“Comecei a trabalhar como sommelière relativamente tarde, em 2018. Já fazia freelas cervejeiros e estava ligada no mercado desde 2016.
Antes disso já admirava muito a cerveja mas não enxergava possibilidades de trabalhar no meio. A vida que eu vivia em um relacionamento antigo me distanciava desse mundo, alegando ser lugar de homem, onde mulheres dignas e de família não deviam estar.
Mas, na contra partida de todo machismo, em 2016 me libertei dessa falta de informação e fui em busca do que realmente importava e o que eu queria e desde então, a cerveja nunca mais saiu da minha vida.
O mercado cervejeiro hoje no Brasil já é bem maior e mais bem visto, apesar de ainda sofrer com muitos impostos, valores altos de insumos para produção e importação. Estamos caminhando para que cada vez mais pessoas conheçam além do produto final, todo o empenho de produção, envase, rotulação (que envolve muita criação) logística, marketing e entendam os preços praticados, dando devido valor ao produto.
De tudo o que já fiz e faço trabalhando com cerveja, o real serviço, de servir mesmo uma cerveja da forma que as pessoas tenham a melhor experiência, é o que mais me encanta. A magia dx sommelier está além de trocar barris, entender de aromas e sabores, “cheirar copos”, de abrir a garrafa e colocar no copo. Está em transmitir conhecimento e servir com excelência, transformando o momento de lazer de alguém em uma experiência fascinante. Nunca é tarde nem fora de hora quando se trata de proporcionar boas coisas”.

É muito legal ver essas (e tantas outras, claro) mulheres se destacando e sendo vistas, em ambientes que antes eram quase que inteiramente masculinos.
É sommelière? Gostaria de ser? Quer entender mais sobre a profissão?
Siga as meninas: Bia Amorim, Bia Macedo e Tamires.

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